Carlos Fabian Silva

Sigma terá crédito do BNDES para 2ª planta no Vale do Lítio

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Sigma terá crédito do BNDES para 2ª planta no Vale do Lítio - Diário do Comércio

Thyago Henrique5-6 minutes 16/2/2024

Banco enviou carta de intenção para financiamento de nova unidade no Vale do Lítio estimado em R$ 492,4 mi

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Crédito: Divulgação/Sigma Lithium

A Sigma Lithium recebeu uma carta de intenções do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar sua segunda planta no Vale do Lítio. O investimento estimado é de R$ 492,4 milhões. A previsão é que a construção da unidade comece já no primeiro trimestre deste ano, após o fim do período chuvoso e decisão final do conselho de administração.

Com inovações na nova linha produtiva para aumentar a eficiência do processo industrial, a empresa espera expandir a produção de concentrado de lítio no complexo Grota do Cirilo, situado entre os municípios de Itinga e Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, para 510 mil toneladas/ano. A companhia tem, atualmente, capacidade de produzir no empreendimento cerca de 270 mil toneladas anuais. 

Recentemente, o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) concedeu, de forma unânime, todas as licenças ambientais necessárias para a instalação e operação da futura unidade. Com o aval do órgão, a Sigma também está autorizada a ampliar a capacidade de beneficiamento e processamento de minerais de lítio para um total anual de até 3,7 milhões de toneladas.

Conforme a empresa, a efetivação do empréstimo está sujeita à aprovação do Comitê de Crédito do BNDES e demais análises habituais. O financiamento de projetos para aumentar a produção de minerais críticos é uma das prioridades da estratégia de longo prazo do banco público para apoiar o desenvolvimento de uma base industrial forte, verde e inclusiva no País, segundo a companhia.

A CEO da Sigma, Ana Cabral-Gardner, disse, em nota, que o suporte do BNDES permite que a empresa amplifique os impactos transformacionais no Vale do Jequitinhonha, uma das regiões mais precárias de Minas Gerais. A executiva ainda enfatizou que ter o banco nacional como credor é ter o apoio do governo brasileiro aos planos de expansão da companhia no local.

Adicionalmente, a dirigente ressaltou que “apesar da recente deterioração nas perspectivas para a demanda de lítio no curto prazo”, a Sigma, com estrutura de capital adequada, viabilizada com essa linha de crédito, terá a “oportunidade de solidificar sua liderança competitiva industrial global em produtos pré-químicos sustentáveis e de baixo custo de concentrado de lítio”. 

Processo de venda da Sigma em fase final 

Em paralelo à ampliação industrial no Vale do Lítio, continua em aberto o futuro da Sigma. Há cinco meses, a companhia iniciou um processo de revisão estratégica para avaliar uma série de propostas de interessados em comprar a empresa em sua totalidade, o que inclui a controladora canadense, a subsidiária brasileira e o complexo em Minas Gerais, ou de forma separada.

Na época, a expectativa da companhia era finalizar a revisão ainda em 2023, o que não ocorreu. Em dezembro, a empresa disse que havia iniciado as negociações contratuais com os finalistas do processo e que tratativas continuariam em 2024. Informações extraoficiais dão conta de que os acionistas da Sigma estariam trabalhando com a perspectiva de concluir a venda até neste mês. 

Embora guarde a “sete chaves” os nomes dos possíveis compradores, a empresa havia afirmado anteriormente que o interesse em comprá-la partiu de líderes mundiais das indústrias de energia, automobilística, baterias e refino de lítio. Extraoficialmente circula a notícia de que a CATL, Volkswagen e BYD estão na disputa. A última, inclusive, se reuniu com a Sigma em janeiro

Embarque do maior carregamento de lítio produzido pela empresa no Estado

Enquanto não conclui sua venda e não ergue a nova planta produtiva, a Sigma alcançou, no início de fevereiro, outro marco significativo: exportou o maior carregamento de concentrado de lítio produzido pela empresa em Minas Gerais. Na sexta remessa da companhia desde que começou a produzir no Estado, foram enviados 22 mil toneladas do produto para a anglo-suíça Glencore.